Entre o pincel e a lente: As diferentes formas de representação da realidade bem como o sentimento de substituição na pintura e fotografia
Entre o pincel e a lente: As diferentes formas de representação da realidade bem como o sentimento de substituição na pintura e fotografia
A relação Fotografia-pintura, refletindo a realidade de maneira diversa
A relação entre a pintura e a fotografia na sociedade se apresenta de forma complexa e fascinante dentro da história. Quando a fotografia surgiu no século XIX, ela trouxe uma transformação na maneira como a realidade era representada e percebida, desafiando a supremacia da pintura como principal meio de captura visual. Esse encontro não gerou somente uma sensação de competição e substituição entre as duas formas de arte mas também uma rica troca de conceitos e técnicas que ainda hoje influenciam o design e o mundo das artes visuais.
No momento antes da invenção da fotografia, a pintura, de maneira ampla, era considerada a forma mais elevada de representação visual. Os artistas buscavam captar a realidade de maneira precisa, utilizando de técnicas como o uso da perspectiva, a aplicação cuidadosa de luz e sombra, e o domínio do desenho. A pintura era vista como uma ferramenta de excelência principalmente com a “função” de documentar, retratar e representar a beleza da natureza, no entanto a chegada da fotografia acabou revolucionando essa dinâmica ao oferecer uma nova forma de capturar a realidade. "A fotografia, ao registrar mecanicamente o real, parece abolir a intervenção humana no processo de criação da imagem, criando uma ilusão de objetividade." (MACHADO, Arlindo).
A fotografia de maneira rápida acaba se popularizando, e assim gerando um misto de fascínio e preocupação entre os artistas e a sociedade de maneira geral. Em determinado momento havia o medo de que a pintura pudesse ser completamente substituída por uma nova tecnologia, que parecia oferecer uma representação mais fiel do mundo. Arlindo Machado, em seu livro “A Ilusão Especular”, discute a forma como a fotografia, ao contrário da pintura, fornece uma representação direta e automática do real, criando uma "ilusão de realidade". "A ilusão especular é o fenômeno pelo qual a imagem se torna uma forma de realidade, confundindo-se com o mundo que ela supostamente reflete." ( MACHADO, Arlindo).
Porém, a introdução da fotografia não significou o fim da pintura, mas sim, a redefinição do seu papel. Assim em vez de entrar em uma a “competição” com a precisão da fotografia foi possível notar que os pintores começaram a explorar aspectos da arte que a fotografia não poderia capturar, movimentos como o impressionismo, expressionismo e o cubismo, focaram na subjetividade, nas emoções e na interpretação pessoal do mundo. substituir a pintura na representação. "Enquanto a pintura trabalha com o invisível e o subjetivo, a fotografia se propõe a capturar o visível, mas, ao fazer isso, ela também seleciona, enquadra e, portanto, interpreta." (MACHADO, Arlindo).
Referências
MACHADO, Arlindo. A Ilusão Especular .
SONTAG, Susana. Sobre fotografia . Nova York: F
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